Riscos da nanotecnologia
Partículas com dimensões de um décimo da largura de um fio de cabelo, moldadas ao gosto do fabricante, são a base da nanotecnologia. Diante da disseminação da nanotecnologia, alguns pesquisadores começam a tentar estimar se há algum risco para a nossa saúde ou para a natureza.Nos últimos meses, alguns pesquisadores vêm se perguntando o que acontece com o material “nano” quando é descartado na natureza. O físico Andrew Maynard, do Centro Internacional Woodrow Wilson, em Washington, suspeita que algumas substâncias podem ser nocivas. "Alguns elementos da tabela periódica tornam-se explosivos quando reduzidos a dimensões ‘nano’", diz Maynard. Segundo ele, sinais electrónicos em frequências específicas provocam explosões em pequenas estruturas de silício usadas para a fabricação de componentes electrónicos.
Um dos focos dos investigadores são as nanopartículas usadas em produtos cosméticos. Certos cremes contêm nanocápsulas com produtos químicos. Outros usam versões “nano” de materiais tradicionais nas farmácias, como compostos para pele feitos com partículas superfinas de sílica. Ou filtros solares com nanopartículas de óxido de zinco. A grande novidade na cosmética, no entanto, são esferas microscópicas de átomos de carbono, as buckyballs. Os fabricantes de cosméticos afirmam que essas esferas podem ajudar a retardar o envelhecimento da pele. Os cientistas temem que essas partículas, em alguns casos menores que os glóbulos vermelhos do sangue, possam atravessar a pele. A pesquisadora Sally Tinkle, do Instituto Nacional de Ciências Ambientais da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriu que pelo menos algumas nanopartículas podem passar da camada externa da pele. Haveria o risco de interacção com o sistema imunológico.
Já se sabe que inalar alguns tipos de poeira pode gerar problemas pulmonares em humanos e animais. O amianto, particularmente, é altamente tóxico. “O problema é que alguns materiais feitos com nanofibras de carbono, como raquetes de ténis, rato de computadores e roupas desportivas, têm estruturas parecidas com as fibras do amianto”, diz Sally. Segundo ela, o quartzo em escala nano pode se espalhar pelo ar no processo de reciclagem dos produtos. “Essas partículas fazem mal aos brônquios e podem causar cegueira.” A indústria cosmética afirma que faz testes rigorosos. Mas a FDA, a agência americana que regula remédios e alimentos, não tem regras para os nanos.O cenário é parecido com a emergência da tecnologia transgênica, em meados da década de 90. A mistura de genes anunciava uma geração de plantas com maior nutrição e produtividade. Mas a revolução agrícola ainda tem seu potencial limitado por uma mistura de falta de transparência das empresas, oportunismo de ONGs ambientalistas, desinformação pública e omissão dos governos. A tão anunciada revolução nanotecnológica pode correr o mesmo risco.
1 comentários:
Excelente trabalho, se fossem alunos da minha área de projecto teriam com certeza uma nota próxima da máxima.
Continuem com o bom trabalho meus jovens
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